terça-feira, 17 de junho de 2014

Desaba(d)(f)o


Aquele vento frio que um dia batia em minhas costas voltou então nesse dia quente de outono. As folhas caiam, as cornetas tocavam, o público vibrava mas aquele rapaz continuava quieto. Em seus olhos era possível notar que algo acontecia. Ele olhava fixamente para o nada, respondia perguntas e questionamentos com coesão, mas sem emoção. Não era a primeira vez.

A porta estava fechada e dali ele apenas criava expectativas e lembrava dos conselhos sábios de que deveriam ser criados quaisquer outros sentidos, exceto este. Difícil colocar em prática. Os pensamentos em ebulição, a pele arrepiada e a boca seca. Por fora, não exprimia um nada sequer. Imóvel ali ficou e cá estava. Seus sentimentos eram tristes e aquela solidão tomava conta de tudo, solidão esta que poderia/deveria/queria não existir, pois tinha razões de sobra para comprovar que ele não estava sozinho. Nenhuma se manifestou durante todo o tempo.

Realmente ele entendia que todos tem suas prioridades e que ele, ali sentado, não era uma delas. Pelo menos não naquele dia, naquele instante. O bom ator, que mesmo todos conversando sequer percebiam que algo estava acontecendo. Que ali existia algo que poderia... ah, esquece. Ele não acredita mais.

Sentei para conversar alguns instantes com ele e percebi que realmente acontecia. Lágrimas escorriam de seus olhos secos enquanto...

...(silêncio)...

...(uma respiração profunda)...

Boa noite...

sábado, 24 de maio de 2014

Deixar Partir...


"Eu não sei por quanto tempo ainda vai durar este temporal a me inundar"
Isabella Taviani 

E mais uma vez, em uma das voltas do mundo, mudanças acontecem. Não posso dizer que foi desordenada, mas desordenou, chacoalhando os sentidos e deixando marquinhas de saudades de cada um dos detalhes tão pequenos que Roberto Carlos cantou naquela música.

Outrora podia sim ter seguido diferente, mas tudo acontece no momento que tem que acontecer. Era noite e o sorriso não era mais o mesmo nas duas extremidades da rodovia. Uma surpresa, uma frustração e ao mesmo tempo um monte de outros sentidos que colocaram aquele maremoto interno a tona. Não houve sono naquela noite, somente pensamentos gritantes e perturbadores que diziam que a melhor coisa aconteceria.

Decisão tomada! Acertos nos erros e vice versa. Aquela música não tocará mais e assim seguirei pelo caminho em silêncio, deixando na calçada as lembranças dos melhores momentos ao expoente da lua nova que está por vir.

Vamos em frente caro autor. A vida prossegue somente com seu sorriso no rosto!
Infelizmente mais uma vez onde acreditar ainda é o caminho. Confesso que está difícil o retorno a esta sala vazia, mas encararei da melhor maneira e a mais madura de que aqui é o meu cantinho.

Como está frio hoje...